Choro no vazio.

Ando á deriva do mar,

Ando como nunca andei.

Mas por falha de confiança,

Eu cai e me magoei.

Perdi os sentidos

Perdi talvez aquela vida

Talvez os meus mitos

Talvez a minha esperança.

Tentei-me levantar,

Não percebi aonde estava

Mas alguém me sussurou ao ouvido dizendo que estava numa ilha.

E eu perguntava:

- Que ilha?

Do outro lado do ombro, ouvi a mesma vozinha a contar-me:

- Estás na ilha sem fim.

Sentei-me por momentos,

Olhando para o nada,

Vieram lágrimas, vieram os berros do vazio.

Apareceu o nervosismo no entanto.

Descontrolei-me!

Não aguentei a pressão,

Sinto-me que me perdi, sinto-me que te perdi!!!

Nessa altura descubri, por vaga ideia, que a minha confiança tinha desaparecido.

Não me sentia capaz de continuar,

Não me sentia feliz para sorrir.

Apenas o cantava a chorar o Verbo Perdoar.

Perdoa-me minha alma.

Perdoa-me como nunca me perdoaste.

Eu amo-te, mas na verdade... sinto-me idiota por ser como sou.

Desculpa se não confio em mim, desculpa se não sou forte, mas o passado faz-me ter medo de certas coisas.

Perdoa-me, volta-te, e ouve-me apenas a dizer "desculpa a minha pessoa".